Comentário Sobre a Pesquisa Não-Objeto + Artistas Cinéticos

Máscaras Sensoriais - Lygia Clark

    As Máscaras Sensoriais fazem parte de uma coleção chamada "Objetos Sensoriais", desenvolvida na década de 1960. Essa série de obras buscam transformar a experiência artística em uma vivência corporal e sensorial direta. 

    Falando mais especificamente das Máscaras Sensoriais, elas consistem em 6 máscaras feitas de tecidos com cores variadas, cada uma com distintos estímulos visuais, olfativos e auditivos. O participante, ao colocar a máscara, experimenta sensações que fazem com que se integrem ao mundo de modos diferentes, ao mesmo tempo em que há uma certa isolação individual. 

    Dentre as diferentes obras da coleção "Objetos Sensoriais", escolhemos essa pois consiste em uma experiência sensorial completamente imersiva, rompendo até mesmo com a ideia de não-objeto de Ferreira Gullar, visto que as máscaras já são objetos pré-existentes. Além disso, essa série de máscaras também evidencia o progresso da arte de Lygia Clark, que, após o movimento do neoconcretismo, passou a se dedicar a obras terapêuticas.

Engrenagens - O Grivo

    Criado no fim da década de 1990 pelos músicos Nelson Soares e Marcos Moreira, ambos nascidos em BH. Soares e Moreira se conheceram no início do curso de composição da UFMG em 1987 e começam a tocar jazz e improvisar juntos.

    Em função da busca por “novos” sons e possibilidades de orquestração e montagem, O Grivo pesquisa fontes sonoras acústicas e eletrônicas, a construção de “máquinas e mecanismos sonoros”, e o uso de instrumentos musicais tradicionais de forma não convencional. Esta pesquisa leva ao contato com objetos e materiais diversos e como se organizam nas montagens do grupo. 

    O apelo visual de suas instalações faz com que a dupla seja reconhecida pela qualidade plástica, e não apenas sonora, de suas criações. Trabalham o espaço, o improviso e a utilização de mecanismos como engrenagens para a criação de sons.